domingo, 17 de janeiro de 2010

Seu bebê dorme mal? Você pode estar estimulando maus hábitos de sono.

Bebês e pré-escolares podem "aprender insônia" com os pais. Saiba como prevenir e combater este grande mal, que pode interferir com a relação do casal e o rendimento profissional.

A "insônia aprendida", denominada no meio médico de insônia comportamental da infância (no inglês behavioral insomnia of childhood) é definida como dificuldade em conciliar ou manter o sono com uma causa comportamental clara. Este distúrbio é extremamente commum em bebês e pré-escolares, chegando a uma taxa de 10 a 30% desta população.

O subtipo associado ao início do sono (no inglês Sleep-Onset-Association type) é caracterizado pelo fato do bebê ou criança depender de estímulos, objetos ou ambientes para iniciar ou retornar ao sono. já o subtipo limites ambientais (no inglês Limit-Setting type) é tipicamente associado ao momento de colocar o bebê no berço (ou a criança na cama) ou a recusa a dormir resultante de limites ambientais inaadequados. Em geral crianças jovens tem aspectos de ambos os tipos.

A insônia comportamental da infância é prevenível com intervenções  precoces e educação dos pais  a respeito de habitos de sono apropriados como, por exemplo, rotinas regulares de sono e de horários, colocar a criança acordada no berço, para que ela aprenda a dormir sozinha.

O tratamento da insônia comportamental da infância começa com educar os pais a respeito de implementar hábitos de sono apropriados que em geral inclui alguma forma "extinção" (técnica comportamental) do comportamento não desejado (por exemplo, resistência a ir para a cama ou para o berço). São técnincas de extinção ignorar os comportamentos negativos da criança (choros, gritos ou pedidos para sair da cama) até ser hora do bebê/criança despertar-se. Existem abordagens mais graduais (e menos traumáticas para alguns pais!) que envolvem checagem do bebê/criança em intervalos pré-estabelecidos. Esta última abordagem é muito bem ensinada no livro "Nana, Nenê. Como resolver o problema de insônia do seu filho", dos autores Eduard Estivil e Sylvia de Béjar, da editora Martins Fontes.

Nos casos de pais que têm o desejo e disposição de implementar um plano por conta própria, educação a respeito de técnicas de extinção, informações na internet e/ou livros de auto-ajuda como o supra citado e o desenvolvimento colaborativo de um plano de extinção podem ser sufientes para resolver o problema. Para algumas famílias, como aquelas com queixas complexas e de longa duração, pode ser necessário o encaminhamento para um profissional de saúde mental.

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Fontes: (1) A Review of Pediatric Nonrespiratory Sleep Disorders. Chest 2006:130; páginas 1252 a1262; (2) "Nana, Nenê, como resolver o problema de insônia do seu filho" (livro dos autores Eduard Estivil e Sylvia de Béjar, da editora Martins Fontes)

2 comentários:

Daniele disse...

Tati, meu filho mais velho dormia maravilhosamente bem (11 a 12 horas por noite)! Mas de 2 semanas para cá está um inferno! Não quer ir dormir, alguém tem que ficar com ele até ele adormecer, e depois ele acorda de 4/4h desesperado, sai pelo corredor gritando e chorando.
Será que ele está sentindo ciúme pela chegada do irmão? Será que é assim que ele está manifestando esse ciúme? O irmão está com 3,5 meses.
Tá difícil!!!

Tatiana Moya disse...

Dani, o seu mais velho está com cerca de 3 anos, correto? O que pode estar acontecendo com o sono dele pode ser uma mescla de coisas. É possível que haja ciúmes sim, mas também é possível que medos típicos da idade (ficar sozinho, medo de escuro, etc) contribuam para o quadro. Eu estou passando a mesma situação com a minha filha de 2 anos e 10 meses, a Nina. A irmâzinha Liz (de 7 meses) se desperta a noite e a Nina se desperta junto chorando e me seguindo pela casa, não aceitando voltar a dormir sozinha no quarto (lidar com dois ao mesmo tempo não é brincadeira). A fase que você está passando com o seu mais velho é de grandes transformações para ele, a chegada de um irmãozinho não costuma ser brincadeira para a maioria das crianças. Mas nestas horas o que eu acho que vale a pena é ser complacente e flexível, reassegurá-lo de que está tudo bem, dar atenção a ele também e aguardar para ver se com estas medidas ele melhora. Deve melhorar, provavelmente é só uma fase. Uma coisa que pode ajudar é no dia seguinte, durante o dia, perguntar para ele porque que ele tem acordado chorando e ver o que ele te conta. As vezes a gente se supreende com as respostas, pois podem dar pistas para você tentar melhorar o quadro (se for em função de medos,por exemplo conversar sobre eles, etc).